“O processo de evolução da vacina contra a covid-19 consolida o fim do que se pode chamar de primeira pandemia. Os efeitos econômicos da retomada econômica já são mensuráveis, mas ainda há dúvidas e riscos”. A avaliação foi feita pelo economista do Transforma RS, Igor Morais, durante o Almoço da Exportação – Edição Talks que reuniu lideranças e agentes do comércio exterior, nesta quinta-feira (29), na sede da Associação dos Dirigentes de Marketing e Vendas do Rio Grande do Sul (ADVB/RS), em Porto Alegre.
Além da vacinação, o pacote fiscal americano de US$ 1,9 trilhão a ser gasto ainda em 2021 e o compromisso dos maiores bancos centrais do mundo em manter os juros baixos são fatores que contribuíram para a melhora do cenário prospectivo, segundo o economista.
Apesar do cenário otimista, Morais destacou alguns desequilíbrios como a dificuldade enfrentada pelas indústrias americanas em atender demandas, gerando alta nos custos de produção. “O tempo médio para entrega de materiais usados na produção é de 88 dias, o maior desde 1987”, justifica.
Para o Brasil, a previsão é de superávit comercial com irrigação de 350 a 400 bilhões de reais ainda em 2021, resultado do crescimento forte da economia americana e chinesa que vão demandar a compra de produtos brasileiros. Mas alguns riscos e incertezas devem ser considerados: a inflação americana que pode ser temporária ou permanente e as medidas tomadas pelos governos diante de uma segunda pandemia causada pela variante Delta. “Um processo de enfrentamento pode afetar a taxa de juros, o mercado de trabalho e a atividade econômica”, alerta.
Governador destaca ações para incentivar as exportações
A palestra final do evento foi realizada pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que abordou os desafios e os movimentos para desenvolvimento de um ambiente cada vez mais propício aos negócios. Segundo Leite, em 2021, a exportações chegaram a US$ 9 bilhões, 30,5% maior que as exportações do ano passado.
“Uma das nossas principais agendas de governo é o ganho de competitividade. Por isso, buscamos reduzir os custos para quem produz aqui para que consigam exportar mais, e na medida que exportam mais, ganham mais competitividade. A partir daí, esses recursos podem significar investimentos em outras áreas. Por isso, atuamos em três pilares: redução de custos logísticos e tributários e de burocracia”, destacou o governador.
Conforme Leite as exportações do Rio Grande do Sul cresceram, tendo passado de US$ 6 bilhões, em 2000, para mais de US$ 20 bilhões em 2013. “Em 2020, o Rio Grande do Sul foi responsável por 7% das vendas externas do Brasil. Nossos desafios é avançar nas exportações de produtos industrializados e mais intensivos em tecnologia, para além do Mercosul. O trabalho do estado é criar um ambiente mais favorável para os negócios para a atividade econômica no RS e para as exportações naturalmente”, finalizou.
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