A evolução da pandemia da Covid-19 a partir da experiência do Superintendente Médico do Hospital Moinhos de Vento, o cardiologista Dr. Luiz Nasi, foi pauta de mais um encontro virtual dos Transforma RS.
A reunião teve como objetivo entender o comportamento da doença e das novas variantes, especialmente a Delta, para antecipar estratégias que possam conter a disseminação do vírus, evitando novas contaminações e a implantação de medidas restritivas que impactem negativamente na economia. “Queremos entender a situação e contribuir com os governos estadual e municipais para implementar ações de prevenção, evitando mortes e a derrubada da economia caso seja necessária novas medidas de restrições severas. Precisamos avaliar o que acertamos e o que erramos para tomarmos atitudes assertivas caso ocorra uma segunda onda da pandemia”, explicou o presidente do Transforma RS, Daniel Randon.
Retrospectiva
Em sua apresentação, Dr. Nasi traçou uma retrospectiva da pandemia do coronavírus que já matou mais 4 milhões de pessoas no mundo e 574 mil no Brasil. No Rio Grande do Sul, o número de óbitos passa dos 34 mil. São 298 mortes por cada 100 mil habitantes no Estado. “Em Porto Alegre o pico da doença foi registrado em março de 2021 quando tivemos que abrir uma UTI por semana no Hospital Moinhos de Vento para atender novos casos”, relatou Nasi.
A variante Delta
Sobre a variante Delta, o médico destacou a alta velocidade de contágio e ressaltou que, caso a vacinação não seja acelerada no mundo inteiro e as medidas de proteção sejam liberadas, novas cepas ainda mais resistentes podem surgir. “A recomendação é de que as medidas de distanciamento e uso de máscaras sejam mantidas por 6 meses após a vacinação. Em Israel houve um relaxamento dessas medidas e a população foi liberada. Além disso, as crianças não foram vacinadas e elas tem uma alta capacidade de transmissão”, explica.
A vacinação e futuro
O número de mortes por Covid-19 está reduzindo à medida que a vacinação avança. Desde o início da imunização, em abril deste ano, houve uma redução de óbitos de 67% na média móvel, segundo o cardiologista. “Possivelmente teremos que tomas a vacina todos os anos até que a se tenha o controle dessa doença e ela pare de mutar. Pelo que observamos, o vírus continuará infectando em baixas proporções e não será eliminado do planeta. Grupos de risco, especialmente idosos, devem continuar se protegendo mesmo com a vacinação”, alerta Dr. Nasi.
Educação e união para combater a pandemia
“É preciso educação e políticas públicas que mostram a importância da vacinação. Nos Estados Unidos, 35% da população não acredita em vacinas e não serão vacinadas. Elas seguirão sendo transmissoras da doença, alerta o cardiologista. “Além disso, o uso de máscaras, o distanciamento e a higiene das mãos devem continuar como respeito ao outro. A proteção continua sendo a melhor forma de evitar o contágio”, completa.
Para o médico, uma discussão ampla envolvendo sociedade civil, governos e entidades privadas, sem adoção de posições intransigentes, também é um caminho para o enfrentamento de possíveis novas ondas desta e de outras pandemias que poderão afetar a população do planeta. “Precisamos entrar em uma era de união internacional adotando uma forma colaborativa nas tomadas de decisões, analisando as particularidades de cada segmento da sociedade”, afirmou.