Cremers avalia o enfrentamento da pandemia no RS

Uma pesquisa encomendada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) e realizada pelo Instituto Pesquisas de Opinião (IPO) revelou que a população está aderindo cada vez mais à vacinação contra a Covid-19.  Em dois meses, o público favorável foi ampliado de 86,9% para 93,6%. Enquanto em todo o país o percentual de pessoas que não pretendem se vacinar é de 5%, no Rio Grande do Sul esse índice cai pela metade: de 5,4% em maio para 2,4% em julho.

O levantamento indicou também que para 40% dos gaúchos, a demora no atendimento e a falta de estrutura física nas unidades de saúde foram os principais problemas ocasionados pela pandemia de Covid-19 no sistema de saúde do Rio Grande do Sul. Para 21,6% dos pesquisados houve agravamento na demora para marcação de consultas. Já para 19%, a superlotação dos hospitais e a falta de leitos foi o principal problema.

Para o vice-presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade, o Rio Grande do Sul enfrentou a pandemia da melhor maneira com as informações que se tinha sobre o coronavírus. “Se comparado à Alemanha ou Inglaterra, o Estado adotou estratégias muito semelhantes”, avaliou Trindade.

Um dos desafios que ainda preocupa a classe médica é a demanda reprimida. Estima-se que mais de 1 milhão de cirurgias eletivas foram canceladas ou adiadas e mais de 200 mil novos casos de câncer deixaram de ser diagnosticados, segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia. “Quando esses casos forem diagnosticados, provavelmente pelo avanço da doença, vão demandar ainda mais do sistema de saúde”, pontuou.

Otimista, o médico acredita que com estratégias de vacinação anual ou semestral para evitar o desenvolvimento de novas variantes do coronavírus, a covid-19 terá uma letalidade baixa e avalia que a união de diferentes segmentos é um dos grandes legados da pandemia. “Tivemos que tomar medidas cooperativas para encontrar pontos de convergência. Tomara que esse espírito de colaboração não se perca porque se a economia vai mal a saúde também será prejudicada”, defendeu.

Ouça o Transforma Cast sobre o assunto: