O Conselho do Prêmio Exportação promoveu o encontro dos principais atores do segmento exportador gaúcho, em Porto Alegre. Destaque da programação anual, o evento abordou desafios e oportunidades para a atividade exportadora do Rio Grande do Sul na visão de Augusto Pestana, presidente da ApexBrasil.
A cerimônia iniciou pelas saudações de Fabrício Forest, presidente do Conselho do PERS, Edmilson Milan, CEO do PERS, Ricardo Gomes, vice-prefeito de Porto Alegre, e Rafael Bicca Machado, presidente da ADVB/RS.
Dentre os desafios, todos destacaram a importância da disrupção na cadeia de suprimentos, os problemas com as linhas de navegação e portos e o descontrole na inflação em diversos países. Ainda que reconheçam haver um cenário cheio de incertezas, nenhum deles abriu mão do otimismo.
Potência da exportação
Augusto Pestana é membro do corpo diplomático brasileiro desde 1995 e presidente da ApexBrasil. Ele falou sobre o “Rio Grande do Sul como motor das exportações brasileiras”.
Destacou a relevância de continuar exportando com força para a China — principal parceiro comercial do Brasil. No entanto, disse que é preciso “desenvolver novas relações comerciais, especialmente com o sudeste da Ásia e o Oriente Médio”. Citou Índia e nações como os Emirados Árabes, onde há recursos oriundos da exploração de petróleo e gás natural.
Para ele, o desempenho positivo no comércio exterior depende, em especial, de três diversificações que se aplicam ao Rio Grande do Sul. A primeira diz respeito à variedade da pauta. Significa ampliar o número de produtos exportados e agregar valor às mercadorias. “Temos um agronegócio pujante, uma indústria criativa e uma oportunidade importante de desenvolvimento em serviços.” Ele lembrou de uma visita feita recentemente a Caxias do Sul, onde pôde conferir aplicações práticas do uso do grafeno, e citou Porto Alegre como potencial hub de inovação.
Outro ponto de diversificação corresponde à necessidade de se buscar novos mercados. Nesse sentido, a dica é criar diferentes fontes de interação com outros países – um desafio visto com bons olhos pelo presidente da ApexBrasil. “O Brasil tem um perfil econômico de global player. Estamos em todas as regiões. É fundamental que cultivemos isso. Ao mesmo tempo, é importante procurar novos grandes parceiros e desenvolver relações antigas.”
Pestana chamou a atenção à necessidade de expansão da base exportadora. A presença do micro, pequeno e médio empresário no comércio exterior significa, para ele, a profusão de possibilidades de penetração. “Graças ao mérito brasileiro do trabalho, emergimos muito bem posicionados para ajudar o mundo em questões como segurança alimentar e energética. E arrisco dizer que aproveitamos pouco do nosso potencial.”
O Conselho do Prêmio Exportação, que tem o Transforma RS entre seus integrantes, contou no evento com Ronald Krummenauer, Leandro Duarte Moreira e Caroline Gonçalves.