Presidente do Transforma RS avalia trabalho do hub colaborativo nesses três anos de atuação

Daniel Randon destaca os principais projetos realizados desde 2020 e as prioridades para este ano

Nesse sábado, 18 de fevereiro, o Transforma RS completa três anos de atuação no Rio Grande do Sul. O hub colaborativo, que nasceu às vésperas da pandemia, é formada por uma rede de empreendedores e líderes que têm como objetivo tornar o Rio Grande do Sul mais competitivo, inovador e sustentável, ajudando a criar soluções para desafios políticos, sociais e econômicos. O hub tem como presidente Daniel Randon e CEO Ronald Krummenauer, além de um grupo de 14 vice-presidentes e seis conselheiros, formados por importantes lideranças do Estado.

Na avaliação de Randon, os três primeiros anos de atuação do Transforma foram de aprendizados e desafios, especialmente porque a entidade surgiu um mês antes de começar a pandemia. Nesta entrevista exclusiva ao blog do Transforma, o presidente comenta sobre os principais projetos da entidade, os planos para 2023 e a importância da parceria com o Governo do Estado. Confira:

Transforma RS – Como o senhor avalia esses três anos de atuação do Transforma RS?

Daniel Randon – Foi um período muito positivo, rico em aprendizados e desafios que forjaram a caminhada inicial da entidade. Logo nos primeiros meses da constituição do grupo, a pandemia representou o primeiro momento em que colocamos em prática todos os princípios que construímos e que norteiam o Transforma, no sentido da construção conjunta, da colaboração entre os entes públicos e privados, que se materializam em ganhos para a sociedade como um todo. Ao longo desse período, firmamos compromissos relevantes e apoiamos movimentos que permitam uma melhoria contínua na competitividade da economia gaúcha, em especial nas medidas de desburocratização, concessões para novos investimentos, e, principalmente, a formação de um pacto pela educação no nosso Estado. Além disso, consolidamos nossos processos de governança e conquistamos o apoio de inúmeras lideranças e federações empresariais.

Transforma RS – Quais serão as grandes prioridades da entidade para 2023?

Daniel Randon – Para este ano, o principal foco está na consolidação do Pacto pela Educação – apoiado pelo Transforma RS e outras instituições, mas que é um movimento da sociedade, através das pessoas físicas -, monitorando a execução de novas iniciativas para qualificar o ensino e a infraestrutura escolar, apoiando as ações públicas, em especial do governo estadual. Além disso, seguiremos ativamente apoiando o governo em vários projetos de competitividade para o Estado, como a criação de uma Agência de Desenvolvimento no Rio Grande do Sul e na evolução do projeto “Novo jeito de fazer turismo”, que busca ampliar as potencialidades turísticas de várias regiões. O incentivo à inovação também está no nosso radar, em especial por todo nosso envolvimento em uma nova edição do South Summit, em março, em Porto Alegre. Nosso papel é buscar a convergência, principalmente das lideranças gaúchas, entre os diversos interesses dos setores público, privado e da academia.

Transforma RS – O Transforma RS nasceu às vésperas da pandemia. Qual foi a importância e o papel do hub colaborativo nesses quase dois anos de isolamento social, como suporte do Governo do Estado e da iniciativa privada, para a retomada econômica do Estado?

Daniel Randon – Foi um momento crítico para todos nós, cidadãos e entidades públicas e privadas, principalmente no início da pandemia, para entender a profundidade da crise de saúde que estávamos passando e os impactos na sociedade e na economia e como poderíamos proteger as pessoas sem termos uma crise econômica. Acredito que tivemos um importante papel de mediação e suporte para algumas tomadas de decisões que balizaram o enfrentamento da pandemia. Participamos do grupo de discussões liderado pelo então presidente da Assembleia gaúcha, Deputado Ernani Polo, em 2020, e participamos do Fórum da mesma Casa Legislativa que tratava do tema em 2021, liderado pelo atual vice-governador Gabriel Souza, que presidia o parlamento. Nosso princípio da colaboração norteou todo o trabalho, desde o apoio nos bastidores para as formulações dos decretos e regulamentos em alguns setores, que precisavam ser editados, passando pelo suporte necessário nas campanhas, mobilizações e alertas para a sociedade em geral.

Transforma RS – Em um dos primeiros encontros do Transforma com o governo do Estado, Eduardo Leite definiu o Transforma RS como “um elo fundamental para que o governo se mantenha conectado com as demandas do setor privado e possa desenvolver projetos que se sustentem comercialmente”. Como o senhor avalia a parceria com o Governo do Estado, nesses três anos, e quais as expectativas da entidade com essa parceria para 2023?

Daniel Randon – A parceria com o Governo do Estado é muito positiva, e acredito que seguirá ainda mais forte neste ano e nos próximos. O diálogo permanente e a capacidade de construir colaborativamente as ações necessárias para a melhor a competitividade do nosso Estado são características comuns que nos fazem convergir de maneira ampla nos principais temas de interesse da sociedade gaúcha. Esperamos evoluir, já neste ano, nas ações para melhoria da educação e nos projetos que incentivam a inovação, ampliam o desenvolvimento e estimulam o turismo.

Transforma RS – Um dos eixos do Transforma é a educação e, em 2022, a entidade apoiou a criação de um importante movimento no Estado, o Pacto pela Educação. Na sua avaliação, como a sociedade pode contribuir com o Estado para melhorar a qualidade da educação, em especial da rede pública gaúcha?

Daniel Randon – A grande contribuição da sociedade gaúcha é adotar a educação como prioridade principal. Não só do poder público, estadual e municipal, provendo ações e reformas na infraestrutura das escolas, na ampliação do ensino em tempo integral, e no desenvolvimento das equipes de professores e técnicos. Mas também da sociedade civil organizada e das empresas, com a criação de iniciativas complementares que estimulem a qualificação dos jovens. O Pacto pela Educação é apoiado pelo Transforma RS e outras instituições, mas é um movimento da sociedade, por meio da participação ativa das pessoas físicas. 

Transforma RS – A inovação é um dos eixos estratégicos do Transforma e é uma área que vem ganhando cada vez mais destaque na sociedade, especialmente na pós-pandemia. Como o senhor avalia a capacidade de inovação das empresas gaúchas e onde ainda é preciso avançar?

Daniel Randon – A capacidade de empreender e de inovar das nossas empresas é incrível. Somos um Estado com uma cultura de inovação bastante forte e apesar de ser um dos que têm maior dificuldade fiscal e, logisticamente, o mais ao Sul do Brasil, estamos em 1º lugar em Inovação pelo segundo ano consecutivo, conforme pesquisa do CLP – Centro de Liderança Pública. Importante reconhecimento que reforça nosso diferencial competitivo, construído por várias universidades e parques tecnológicos. Também por estarmos nos organizando de maneira muito estruturada nos últimos anos, com novos espaços de cocriação e colaboração, como os institutos Caldeira, Hélice, o Pacto Alegre, a Aliança Empresarial, o Sebrae X e tantos outros. São importantes mecanismos de união entre dezenas de entidades e a promoção de eventos e atividades, como o South Summit. Estamos no caminho para avançar em novos mecanismos, especialmente no estímulo para programas e projetos de inovação, por meio de incentivos fiscais, por exemplo, que impulsionam ainda mais esse ambiente favorável.