Relatório do BID aponta recomendações estratégicas para reconstrução resiliente no Rio Grande do Sul

As enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul deixaram um rastro de destruição sem precedentes, estimado em R$ 88,9 bilhões. 

Este impacto foi detalhado no relatório “Avaliação dos Efeitos e Impactos das Inundações no Rio Grande do Sul”, elaborado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e pelo Banco Mundial. O documento não apenas avalia as perdas e danos, mas apresenta um roteiro técnico e estratégico para a reconstrução resiliente do estado.

Impacto por Setores: Diagnóstico Profundo

O estudo, conduzido por uma equipe multidisciplinar com metodologia internacionalmente consagrada (DaLA – Damage and Loss Assessment), revelou o impacto das enchentes em 13 setores. Entre os mais atingidos:

  • Setor Produtivo (69% das perdas): Agricultura e comércio enfrentaram prejuízos diretos em ativos e interrupção das atividades econômicas.
  • Infraestrutura (8% dos danos): Redes de transporte e sistemas elétricos foram severamente danificados.
  • Setores Sociais (21% do impacto): Educação e habitação sofreram perdas significativas, destacando a vulnerabilidade de populações já em risco.
  • Meio Ambiente (R$ 1,6 bilhão em perdas): A interrupção de serviços ecossistêmicos agrava o impacto ambiental.

Recomendações Estratégicas para o Curto e Médio Prazo

1. Planejamento e Gestão de Riscos
  • Órgão Técnico-Científico Estadual: Formalizar uma entidade permanente para monitoramento de riscos, baseada em evidências científicas e alinhada ao Marco de Sendai para Redução de Riscos de Desastres.
  • Atualização de Planos Diretores: Integrar modelagens climáticas, priorizando o planejamento urbano resiliente.
2. Infraestrutura Resiliente
  • Construção de Diques e Sistemas de Bombeamento: Garantir proteção em áreas de risco crítico.
  • Reconstrução Estratégica: Priorizar obras de controle de inundações que minimizem danos futuros.
3. Proteção Social e Econômica
  • Realocação de Populações em Áreas de Risco: Definir zonas onde habitações não devem ser reconstruídas.
  • Criação de Empregos: Incorporar geração de renda como parte da estratégia de reconstrução.
4. Ação Coordenada
  • Integração Multinível: Fortalecer a coordenação entre esferas de governo e universidades para respostas rápidas e embasadas.
  • Investimentos em Sistemas de Alerta Precoce: Expandir capacidades para prevenir catástrofes e salvar vidas.

Resultados Esperados e Oportunidades

Além de mitigar os impactos futuros, a implementação dessas recomendações pode transformar o Rio Grande do Sul em um modelo internacional de resiliência climática. A recuperação alinhada aos princípios de adaptação climática e desenvolvimento sustentável é essencial para proteger vidas, preservar recursos e impulsionar o crescimento econômico.

O Papel do Transforma RS

Diante deste desafio, o Transforma RS assume um papel estratégico como conector de lideranças, articulador de parcerias e facilitador de projetos que traduzam as recomendações do relatório “Avaliação dos Efeitos e Impactos das Inundações no Rio Grande do Sul” em ações concretas. É crucial engajar os setores público e privado para implementar uma agenda de reconstrução que integre inovação, sustentabilidade e justiça social.

Um Chamado à Ação

O relatório do BID, CEPAL e Banco Mundial deixa claro: a reconstrução do Rio Grande do Sul não é apenas uma necessidade emergencial, mas uma oportunidade histórica de reimaginar o futuro do estado. O momento exige compromisso, visão estratégica e cooperação. Juntos, podemos transformar a tragédia em um novo capítulo de resiliência e prosperidade para o povo gaúcho.

Confira o relatório completo: