O Rio Grande do Sul e Porto Alegre têm um grande potencial para se tornar referência em inovação e tecnologia no Brasil em um prazo de 3 a 5 anos.
É o que acredita o vice-presidente do Transforma RS, José Renato Hopf. “Estamos correndo para o Rio Grande do Sul assumir a ponta”, projeta o empresário. Ele carrega o conhecimento de causa de quem é um grande empreendedor da área – fundador da GetNet, um dos primeiros unicórnios brasileiros (startups que valem mais de US$ 1 bilhão), e também da 4all, empresa que busca transformar a experiência do usuário no mundo digital.
Hoje, o Brasil já tem algumas cidades que entregam um ecossistema de inovação tecnológica robusto e Porto Alegre é um desses casos. O Instituto Caldeira, por exemplo, é um dos principais símbolos do movimento pela inovação e empreendedorismo que vem acontecendo na capital gaúcha. Além disso, o Tecnopuc, um dos maiores parques tecnológicos do RS, criado a partir de um modelo centrado na PUCRS em 2002, tem sua contribuição. Justamente por conta desse ambiente favorável, matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, do último dia 5 de março, coloca a capital gaúcha como uma das candidatas que poderiam assumir um ambicioso título de “Vale do Silício Brasileiro”.
Bom momento
Segundo Hopf, a capital gaúcha vive mesmo um momento de “alinhamento de estrelas”. “É um momento único no qual estamos fortalecendo os pilares que fazem um sistema de inovação maduro”, avalia. Um deles seria o apoio governamental – que inclui a atuação do governo estadual e da prefeitura, e institucional. “Instituições como o Transforma RS apoiam esse ambiente, além de um conjunto de institucional da sociedade em prol da inovação”, comemora Hopf em entrevista recente concedida à GZH.
Outros pontos importantes são a união entre as universidades em prol de um melhor ecossistema de inovação, a existência de uma revolução no tema startups e empreendedorismo, por meio de hubs temáticos e da consolidação de outros parques tecnológicos. “Há dois pontos que precisam ser melhorados: o acesso ao capital e a conexão global. Espero que sejam solucionados com a edição do South Summit”, reconhece.
O papel do South Summit para a capital
A escolha de Porto Alegre para receber o South Summit Brasil foi um carimbo no passaporte da inovação que colocará a capital na vitrine mundial, entre os dias 4 e 6 de maio. Foram dois anos de negociação para que o evento tivesse a capital gaúcha como sede. Na visão de Hopf, o Summit tem o potencial de ser um catalisador para tornar o ecossistema de inovação da cidade, além de maduro, global. “Esse é meu sonho, que Porto Alegre seja vista como o pessoal olha Austin, Tel-Aviv, Berlim. Que a capital seja inserida nesse mapa de cidades globais que são referência em inovação”, reflete o vice-presidente do Transforma RS.
Um dos planos nesse sentido é tornar o South Summit Brasil perene, que ocorra em solo gaúcho por anos. Para a primeira edição no RS, estão confirmados representantes de startups, grandes empresas, governos, fundos de diferentes lados do mundo, além de doze unicórnios confirmados e cerca de 120 palestrantes de diversos países. “Como dizemos aqui, não participar do South Summit é dar uma baita reateada”, ironiza Hopf.