Pesquisa aponta principais dificuldades na contratação de jovens para cargos de nível técnico

A falta de qualificação técnica (66%), de comprometimento (29%) e de experiência (24%) são as principais dificuldades das empresas na contratação de jovens profissionais para cargos médios. Este é o resultado da pesquisa realizada com 802 empresas dos setores de indústria, comércio e serviços de todas as regiões do Brasil.

Uma informação importante revelada é sobre a competência comportamental. De acordo com os entrevistados, ela é decisiva na contratação. Inclusive, as empresas preferem admitir um jovem com habilidades socioemocionais (82%), mesmo que precise desenvolver a parte técnica. Avaliam que é mais difícil treinar os aspectos de comportamento em pouco tempo em comparação com as habilidades técnicas.

De acordo com Carla Christine Chiamareli, gerente de Gestão do Conhecimento do Itaú Educação e Trabalho, a pesquisa mostra o descompasso entre a expectativa das empresas pela formação do jovem (com as competências socioemocionais, ou “softskills”) e o que o currículo das escolas técnicas têm efetivamente formado.

Rosalina Soares, gerente de pesquisa e avaliação da Fundação Roberto Marinho, ressalta que a importância dada às habilidades comportamentais não significa que as demais capacidades sejam menos importantes. Entre as três situações que mais aparecem no dia a dia da gestão desses jovens, os gestores citam dificuldades para entender instruções (68%), uso de gírias em ambientes de trabalho (61%) e dificuldades em português e matemática (60%).

Um dos caminhos para resolver estas dificuldades, ressalta Chiamareli, é a recente permissão para que escolas públicas funcionem como entidades qualificadoras de cursos técnicos, ampliando a oferta da modalidade. Hoje, nem todas as empresas conseguem cumprir a cota da Lei de Aprendizagem e precisam pagar multas por isso, diz.

Os dados são do estudo “Oportunidades e desafios para a inclusão profissional de jovens com ensino técnico: experiências do setor produtivo”, produzido em parceria por Itaú Educação e Trabalho, Fundação Roberto Marinho e Fundação Arymax e desenvolvida pela consultoria Plano CDE.

Fonte: Valor Econômico

CONTRATAÇÃO DE JOVENS COM NÍVEL TÉCNICO E MÉDIO

Dificuldades para contratação de jovens

66% responderam que é por falta de qualificações técnicas

29% por falta de comprometimento

24% por pouca experiência

Competências emocionais e técnicas no currículo

56% das empresas valorizam mais as competências emocionais

42% das empresas valorizam as competências técnicas específicas

Acesso às vagas

54% das empresas contratam principalmente por indicação

27% contratam pelo LinkedIn

19% contratam por outros meios

Crescimento na empresa

42% dos jovens contratados evoluem na empresa 

61% das empresas têm algum gestor que começou jovem com formação técnica em nível médio. 

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