O número de startups de alimentos cresceu 15,5% no Brasil, entre 2019 e 2021.
O levantamento foi realizado pela PwC Brasil, em parceria com a Liga Ventures. Os dados fazem parte do relatório “A evolução das startups no setor de Food Techs”, que traz uma análise completa do setor e os desafios das startups que operam nesse ecossistema, refletindo os novos hábitos de consumo e o futuro da alimentação na sociedade pós-pandemia.
As tecnologias utilizadas pelas startups que mais cresceram foram de e-commerce, data analytics, geolocalização e desenvolvimento de alimentos. No total, foram monitoradas 396 startups, de 23 segmentos, por meio do Startup Scanner, de tecnologia para produção de alimentos, da cadeia agropecuária, passando pelas empresas de alimentação por delivery.
“O hábito de compra dos consumidores mudou drasticamente com a pandemia, com as pessoas comprando muito mais on-line, especialmente alimentos, o que refletiu diretamente no crescimento de startups do setor nos últimos dois anos”, analisa o sócio da PwC Brasil, Carlos Coutinho. Ele reforça que as foodtechs se destacaram na pandemia na formação de ecossistemas com o varejo e indústria e, também, na questão de adaptabilidade e resiliência, para dar conta da alta demanda.
As startups que atuam no varejo e utilizam inteligência artificial em suas soluções foram as que mais receberam investimentos, entre 2021 e 2022 – em torno de 72% dos R$ 4,66 bilhões movimentados entre 46 investimentos, fusões e aquisições no setor.
“O cenário de crise que vivemos nos últimos dois anos causou um aumento na busca por inovação, fazendo com que as empresas investissem mais em tecnologia para levar melhores produtos e soluções para os consumidores. Os dados mapeados pelo estudo são muito significativos e mostram como o mercado alimentício está em intenso desenvolvimento e crescimento no País”, observa o Sócio-Diretor de Produtos e Inteligência de Mercados da Liga Ventures, Raphael Augusto.
ESTADOS E SEGMENTOS
O relatório da PwC com a Liga Ventures mostra que, nos últimos três anos, os estados que tiveram maior crescimento no número de startups ativas no setor de alimentos foram Amazonas, Tocantins, Pernambuco, Paraná, Paraíba e Rio de Janeiro, respectivamente. Já São Paulo (48,74%), Santa Catarina (8,33%) e Minas Gerais (8,33%) são os locais onde há o maior número de startups foodtechs no País.
Nas regiões Sul e Sudeste, a principal categoria é a de Novos Alimentos e Bebidas. Os mercados mais consolidados, junto com a maior proximidade de centros de distribuição e matrizes de negócios, acabam direcionando uma maior quantidade de startups para este segmento. No Norte e Nordeste do país, os setores predominantes são o Marketplace B2B e o Marketplace de Alimentos e Delivery, respectivamente. Já no Centro-Oeste, a Cadeia Agropecuária está em primeiro lugar.
MERCADO DE TRABALHO
Durante o período de análise, as startups ativas tiveram um crescimento médio de 34,62% no número de funcionários, representando um total de 8.473 novas vagas abertas durante o período. Em 24,24% delas houve aumento no número de funcionários superior a 50%. Atualmente, o setor emprega quase 26,5 mil pessoas. A pesquisa mostra ainda que a participação feminina no quadro de sócios e administradores das foodtechs chega a 35%.