Cais Mauá: Mais perto da revitalização

Foi lançado no dia 18 de agosto o edital para as melhorias da área, no Diário Oficial do Estado. O investimento previsto das obras é de R$ 355 milhões.

Porto Alegre está mais perto de ver o Cais Mauá revitalizado. A empresa vencedora do edital lançado vai administrar 65 mil metros quadrados, onde estão as docas e os guindastes à beira do Guaíba. O leilão para concessão da área ocorrerá no dia 26 de setembro na B3, em São Paulo.

O Cais Mauá vai das docas até a Usina do Gasômetro. O investimento previsto para as obras de revitalização é de R$ 355 milhões e o custo operacional deve ficar em R$ 20 milhões por ano. As informações da concessão e do projeto foram detalhadas à imprensa, nesta quarta-feira (17), por João Lauro, líder do consórcio Revitaliza, João Lauro, Eduardo Fayet, responsável pela comunicação do consórcio, Osmar Lima, chefe do departamento de projetos públicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e Marcelo Spilki, secretário executivo de parcerias do governo do Estado.

De acordo com a apresentação, que ocorreu durante um passeio no barco Cisne Branco, a Parceria Público Privada (PPP) será administrativa, o que significa que a população poderá acessar a área sem precisar pagar entrada. A empresa vencedora do leilão deverá ter em seu quadro um profissional com experiência em restauração do patrimônio histórico por se tratar de um espaço tão importante para a cultura do Rio Grande do Sul.

“Com o Cais, esperamos conseguir que os turistas passem uma ou duas noites em Porto Alegre antes de subirem a Serra”, disse o secretário do governo, Marcelo Spilki, destacando que “Todos os interessados foram ouvidos e se chegou a uma convergência”.

O PROJETO – Avaliado em R$ 145 milhões, o complexo do Cais Mauá terá torres residenciais e comerciais. A concessão dos armazéns à iniciativa privada será por 30 anos e prevê estruturas para um centro tecnológico para incubação de empresas, área de gastronomia e de atrações culturais. A expectativa é que os empreendimentos gerem uma receita anual de R$ 50 milhões.

Os guindastes, espalhados ao longo do Cais, serão transferidos para uma área que se chamará Praça dos Guindastes. Sobre o muro da Mauá, um dos trechos será removido. “Faremos a substituição do muro por uma barreira móvel contra eventos de enchente no mesmo nível de proteção do atual, de 3 metros”, explica João.

O BNDES, conforme Osmar, participa da iniciativa para oferecer qualidade técnica para a estruturação do projeto. “É algo que atrai muitos interesses conflitantes, mas elaboramos uma forma de compatibilizar isso e que reflete o debate público. Vai beneficiar a cidade e o Estado”, argumenta.

4º Distrito de Porto Alegre terá novo plano diretor

Na Capital gaúcha, outra região que vem recebendo uma atenção especial é o 4º Distrito – abrange os bairros Floresta, São Geraldo, Navegantes, Humaitá e Farrapos. Nessa semana, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou o projeto de lei que permite a execução de um plano diretor específico para a área, facilitando a construção de novos empreendimentos. Será necessário atender a exigências de preservação do patrimônio histórico, ter práticas sustentáveis e valorizar a paisagem urbana.

A lei vai para sanção do prefeito Sebastião Melo e faz parte do programa intitulado +4D. A norma estabelece que os interessados em abrir novos negócios no 4º Distrito poderão receber descontos de 75% a 100% do valor de compra do solo criado, além de incentivos de Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

De acordo com o vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes, será possível perceber o início das mudanças na região entre 60 e 90 dias. “Já temos conversas com empresas dispostas a investir até R$ 500 milhões. O projeto vai ser muito importante, pois vai trazer emprego e renda, habitação e qualidade de vida. Vamos reescrever a história da cidade”, destacou. 

Isso dará um impulso maior para a revitalização do 4º Distrito, que já vem mudando sua identidade. Possui o hub de inovação Instituto Caldeira, abrigado na área do antigo complexo da Renner, cervejarias artesanais, bares e o Mercado Paralelo, este último funcionando como um complexo gastronômico dentro do Shopping DC Navegantes.