CMPC aumentará capacidade de geração de energia em usina de Guaíba

Unidade aumentará em 31,1 MW a potência instalada e operação deverá iniciar em 2023

Fonte: Jefferson Klein/Jornal do Comércio

Aproveitando como combustível o chamado licor negro (um composto rico em lignina e subproduto do processo de produção de celulose), a CMPC possui em sua planta em Guaíba a maior usina de energia elétrica a partir de biomassa (matéria orgânica) do Rio Grande do Sul. A termelétrica está prestes a aumentar de potência, com a adição de mais uma unidade geradora de 31,1 MW, ampliando a capacidade instalada total da térmica para 281,4 MW (o que corresponde a cerca de 7% da demanda média de energia dos gaúchos).

O pedido para alterar as caraterísticas técnicas da usina foi analisado e autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no dia 11 de outubro. A termelétrica da CMPC opera desde dezembro de 1971 e possui atualmente cinco unidades geradoras. O cronograma de implantação do novo equipamento que será acrescentado a esse conjunto de máquinas começa neste ano ainda e estipula o começo da operação comercial para 2023.

A iniciativa envolvendo a geração de energia no complexo de Guaíba está alinhada com o projeto BioCMPC, anunciado em agosto do ano passado e que prevê investimentos de R$ 2,7 bilhões na modernização da planta de celulose. A ação prevê melhorias na estrutura industrial da CMPC até o final de 2023 e, após concluídas as obras, a produção terá aumento de capacidade de cerca de 350 mil toneladas por ano.

De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, com a implementação do projeto BioCMPC e o aumento da capacidade produtiva de celulose, consequentemente haverá um incremento do substrato desse processo, o licor negro. O material será usado como combustível renovável para a caldeira de recuperação química, gerando vapor de alta pressão para os turbogeradores.

Dessa forma, essa nova geração de vapor necessariamente deve ser aproveitada para produzir mais energia elétrica e suprir o consumo elétrico que o próprio projeto BioCMPC irá demandar. A CMPC não revelou ainda qual será o investimento feito especificamente na elevação da capacidade de geração de energia do complexo guaibense ou o número de postos de trabalho que serão propiciados com a medida.