“Não existem países que voltaram a ser competitivos e desenvolvidos sem investimentos em educação. O tema é um dos eixos de sustentação do Transforma RS. Sabemos da necessidade urgente de melhoria no sistema educacional do Rio Grande do Sul e, como lideranças, queremos encontrar caminhos para apoiar nosso Estado e colocá-lo em um a posição de destaque na educação”. A afirmação foi feita pelo presidente do Transforma RS, Daniel Randon, na abertura da videoconferência sobre o impacto econômico da defasagem de aprendizagem na pandemia, realizada nesta quarta-feira (9).
O encontro virtual teve a apresentação de um estudo desenvolvido pelo economista e coordenador da Cátedra Instituto Ayrton Senna do Insper, Ricardo Paes de Barros. O levantamento mostra que o grau de engajamento dos estudantes no Ensino Médio na Rede Estadual gaúcha com o ensino remoto foi de 40%. “A menos que essas perdas sejam recuperadas, cada estudante que concluir o Ensino Médio em 2021 terá uma perda de renda ao longo da vida entre R$ 20 e R$ 40 mil”, avaliou o economista.
De acordo com o estudo, é possível mitigar até 40% das perdas adotando um ensino híbrido ao longo do segundo semestre de 2021, dobrando o engajamento das estudantes e assegurando uma eficácia 50% maior, combinando a otimização e adequação do currículo com ações voltadas para a aceleração do aprendizado. “A diferença entre pobres e ricos, brancos e negros e meninos e meninas no RS é enorme. Não queremos que essa desigualdade aumente e para isso precisamos de ajuda para garantir equipamentos e conectividade para o acesso ao ensino híbrido”, avaliou Barros.
Já a secretária estadual de Educação, Raquel Teixeira, alertou que a situação é grave. “Não dá para pensar que a educação vai sair e se recuperar sozinha da pandemia. Estamos fazendo um diagnóstico para avaliar as lacunas de aprendizagem e montar um programa robusto de recuperação. Não podemos perder mais tempo”, afirmou.