Pesquisa aponta que reforço escolar, segurança e tecnologia são principais demandas da educação no RS

O resultado da pesquisa sobre os impactos da pandemia no aprendizado de crianças e adolescentes do estado foi divulgado no início da semana pela Assembleia Legislativa. O levantamento, executado pelo Instituto de Pesquisas de Opinião (IPO), ouviu 1.500 gaúchos para entender as suas percepções sobre a educação no contexto da Covid-19. 

Os principais apontamentos são sobre a necessidade de políticas públicas que assegurem o reforço escolar, promovam a segurança sanitária e investimentos para a aquisição de equipamentos e estrutura tecnológica para as aulas em formato híbrido. 

Conforme o presidente do Legislativo, Gabriel Souza, os dados coletados servirão como base para a elaboração de proposições legislativas que contemplem o cenário atual. “São referências importantes da nossa sociedade, pais e mães, professores e cidadãos de um modo geral, que também sofrem com os efeitos da pandemia e têm contribuições significativas”, declarou o parlamentar. 

Confira os principais tópicos do estudo:

  • RETORNO DAS AULAS PRESENCIAIS – Mais da metade dos gaúchos, 55,8% acreditam que as aulas presenciais deveriam retornar apenas após a vacinação de toda população. Destacam-se os pais de alunos de escola pública. Observa-se uma diferença de opinião regionalizada: a parte Norte do Estado é mais favorável ao retorno das aulas.
  • MODELO DE AULAS HÍBRIDO – Os pais dividem-se quanto ao retorno das aulas presenciais no modelo híbrido. Pais de alunos de escola privada são os que mais se sentem seguros para o retorno. Questionados sobre a autorização para o retorno neste modelo, 47,8% autorizaria e 47,7% não autorizaria.
  • PARTICIPAÇÃO DOS PAIS – A pandemia ampliou a participação dos pais na vida escolar dos filhos, 47,8% dos entrevistados afirmam que estão mais presentes.
  • APRENDIZADO PREJUDICADO – Independente do tipo de escola, há um consenso de que as crianças estão com dificuldades de ACOMPANHAR 70,8% e APRENDER o conteúdo, 67,7%. Segundo o estudo, existe uma relação direta na percepção de que a dificuldade de acompanhar influencia no processo de ensino aprendizagem. E há três fatores que devem ser observados: emocional, tecnológico e cognitivo.

Principais proposições:

  • EDUCAÇÃO EQUALIZADA – O principal anseio dos gaúchos está no nivelamento da educação no RS. A sugestão é a proposta de um regramento que garantisse uma certa equidade entre a educação da escola pública com a privada.
  • ESTRUTURA DAS ESCOLAS – As condições estruturais das escolas também estão na mira dos entrevistados, que indicam a necessidade de um regramento para que as escolas tenham sempre os recursos humanos e materiais necessários. Da mesma forma, são citados os protocolos sanitários, assim como outras questões estruturais. Na percepção de 7,6% é necessária a manutenção periódica das escolas e investimentos crescentes em tecnologia e internet.
  • RECONHECIMENTO E VALORIZAÇÃO – A autonomia dos professores foi registrada por 11% dos gaúchos. O desejo é para que professor esteja amparado e que tenha a capacidade de impor a disciplina necessária para conter os alunos de diferentes níveis etários e socioeconômicos. A valorização salarial da categoria é apontada como parte das falhas do sistema. Um projeto que coloque a educação no centro dos temas importantes do estado foi apontado.
  • REFORÇO ESCOLAR – As leis que garantam o reforço escolar representam 11,5% dos anseios. Para os pais é necessário que se compreenda o déficit de aprendizado e se estabeleçam estratégias segmentadas de recuperação de conteúdos conforme o estágio do aluno.
  • EVASÃO ESCOLAR – A precarização financeira causada pela pandemia exige uma política social voltada às famílias vulneráveis. Para 5,1% dos gaúchos a Assembleia deve prever um regramento que seja assertivo no atendimento das famílias com tendência de evasão escolar.

Fonte: Agência de Notícias da AL