South Summit: ESG e os impactos para além da sustentabilidade 

A sigla ESG, que se refere a questões ambientais, sociais e de governança medidas nas práticas de uma empresa, foi cunhada pela primeira vez em 2005, e se tornou um movimento global com valor de mais de US$ 30 trilhões, segundo dados da Global Sustainable Investment Alliance. Essa agenda mostra a importância dos investimentos em ESG por parte das empresas ao redor do mundo – e no Brasil, não é diferente. O tema foi tratado no painel “O papel do ESG na Transição a uma economia verde”, nesta quarta-feira (4), durante o South Summit Brasil, com mediação da Head de negócios de impacto e práticas ESG na ImpactPlus, Daniela Giffoni. 

O painel teve a participação do diretor-geral da CMPC no Brasil, Mauricio Harger, que compartilhou dados sobre o setor e contou um pouco sobre a atuação da indústria de celulose nesse segmento. “Mais de 90% dos líderes empresariais acreditam que temos responsabilidade como empresa em atuar em ESG – como forma de melhorar nosso planeta. E 86% dos colaboradores preferem trabalhar para empresas que têm atuação em ESG, ou seja, é um caminho sem volta”, afirma. 

Reflexos do ESG para as empresas

Harger ressalta que o investimento em ESG impacta de forma positiva outros pontos fundamentais – eleva a capacidade de inovação, adiciona valor à empresa e a seus produtos, qualifica a visão internacional sobre a marca, traduzindo, também, em retorno financeiro.  Harger, que é vice-presidente do Transforma RS, lembra que, cada vez mais, as fronteiras internacionais vão exigir transparência e controle de toda a cadeia produtiva. Informa ainda que, até 2030, 18 milhões de vagas de trabalho em ESG devem ser criadas com o surgimento, também, de novas empresas. 

O diretor-geral da CMPC no Brasil destaca que, hoje, 99,8% do resíduo sólido gerado pela indústria é reciclado na planta de Guaíba. A estimativa é que a CMPC invista R$ 2,75 bilhões em ESG no Rio Grande do Sul nos próximos dois anos, por meio do projeto batizado de Bio CMPC, com ações divididas em três blocos: melhoria de controles ambientais, gestão ambiental e modernização operacional.  

O painel também teve a participação do CFO da Irani Papel e Embalagem, Odivan Cargnin, que ressaltou o impacto financeiro da atuação das empresas em ESG e o impacto entre os colaboradores. A indústria está entre as dez no ranking melhores para se trabalhar em Santa Catarina, de acordo com a consultoria global Great Place to Work.   

Já o CFO da startup Trashin, Renan Rodrigues Vargas, ressaltou que um dos papéis das startups é contribuir para a criação de soluções de problemas para grandes empresas, como a CPMC e a Irani. A Trashin atua no direcionamento correto de resíduos recicláveis e tem entre seus clientes a Havaianas – na destinação de chinelos para serem transformados em tatames e outros itens.