O cenário global está mudando, e a América Latina está diante de uma grande chance de atrair investimentos estrangeiros. O potencial está presente, mas aproveitar essa oportunidade exige proatividade e políticas estratégicas.
Neste artigo, vamos explorar 4 oportunidades que podem atrair capital e tecnologia para a região, com foco específico no Brasil e no Rio Grande do Sul.
1. Nearshoring: Vantagem da Proximidade:
Devido ao aumento dos custos na China, países como Brasil e México se tornam mais atrativos para as empresas que buscam diversificar geograficamente suas linhas de produção. Essa tendência, conhecida como nearshoring, beneficia a América Latina por sua proximidade aos Estados Unidos, um grande mercado consumidor. O aumento recente no fluxo de Investimento Estrangeiro Direto (IED) nos países da região reforça essa perspectiva.
2. Energia Verde: Diferencial Sustentável:
A matriz energética verde da América Latina (com 50% da energia proveniente de fontes renováveis) é um diferencial competitivo em relação à Ásia, dependente do carvão. Isso atrai investidores preocupados com a sustentabilidade, posicionando o Brasil como um importante player na corrida pela energia limpa.
3. Crescimento e Necessidade de Capital:
Com taxas de crescimento modestas (2-2,5%), a região precisa de capital e tecnologia para impulsionar o desenvolvimento. O Brasil e o Rio Grande do Sul, com potencial para atrair IED, podem ser catalisadores desse crescimento. No entanto, desafios como infraestrutura deficiente e situação fiscal exigem soluções.
4. Políticas Estratégicas e Exemplos Positivos:
A adoção de políticas direcionadas, inspiradas em modelos como Singapura, pode ser a chave para atrair investimentos. Enquanto alguns países hesitam, Costa Rica e Colômbia mostram avanços positivos. A Costa Rica conseguiu atrair US$ 1,2 bilhão da INTEL investindo em qualificação profissional. A Colômbia, com sua infraestrutura portuária e centros industriais, também vem atraindo atenção.
Oportunidade para o Brasil e o Rio Grande do Sul:
O Brasil tem potencial para se consolidar como destino atrativo para investimentos estrangeiros. A combinação de localização estratégica, energia limpa e políticas eficazes pode impulsionar o desenvolvimento econômico. Com investimentos em infraestrutura, educação e políticas direcionadas, as oportunidades identificadas podem se tornar realidade, gerando crescimento e prosperidade.
Números sobre Investimento Direto no País (IDP) Organizados pelo Banco Central
Em 2023, o Brasil recebeu US$ 62,0 bilhões em Investimento Direto no País (IDP), o que representa 2,85% do PIB. Esse valor foi menor do que em 2022, quando o IDP atingiu US$ 74,6 bilhões (3,82% do PIB).
De onde vem o IDP?
- Participação no capital: Refere-se ao investimento direto em empresas brasileiras por parte de investidores estrangeiros. Em 2023, esse tipo de investimento caiu US$ 5,0 bilhões, totalizando US$ 31,6 bilhões.
- Lucros reinvestidos: São os lucros que as empresas estrangeiras obtidas no Brasil e que são reinvestidos no país. Em 2023, os lucros reinvestidos cresceram US$ 662 milhões, totalizando US$ 21,2 bilhões.
- Operações intercompanhia: São transações financeiras entre empresas do mesmo grupo multinacional. Em 2023, o ingresso líquido nesse tipo de operação caiu US$ 8,4 bilhões, totalizando US$ 9,1 bilhões.
O que significa para o Brasil?
A queda do IDP em 2023 pode ser explicada por diversos fatores, como a desaceleração da economia global, a guerra na Ucrânia e a alta dos juros no Brasil. No entanto, o país ainda se mantém como um destino atrativo para investimentos estrangeiros, especialmente em setores como energia, agricultura e tecnologia.
Fontes:
https://www.weforum.org/agenda/2024/02/latin-america-and-the-caribbean-reshoring/
https://www.bcb.gov.br/estatisticas/estatisticassetorexterno