2022: O desafio da economia brasileira

As projeções econômicas para 2022 são de um crescimento menor no mundo, em relação ao ano anterior, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O cenário no Brasil em 2022 não deverá ser diferente, conforme análise do economista do Transforma RS, Igor Morais. Segundo ele, um dos principais desafios do desenvolvimento econômico brasileiro passa pela educação, aliando tecnologia e capital humano. “Este é um caminho fundamental diante do baixo estoque de capital e trabalho”, avaliou.

Durante muitos anos, destacou o economista, o Brasil avançou com o impacto do fator “trabalho”, que contribuiu com quase metade do crescimento brasileiro em três décadas. “Isso funciona em um contexto com a população em idade ativa crescendo e proporcionando o que se denomina de bônus demográfico”, afirmou. Morais alerta que esse não deve ser o cenário do Brasil para as próximas décadas devido ao envelhecimento da população, o que elimina parte do potencial de expansão. “A participação dos brasileiros com 14 a 64 anos já deve começar a cair em 2023/2024”, projeta.

De acordo com o economista do Transforma RS, diante do panorama de um crescimento menor para os próximos anos, os ciclos de expansão no futuro terão menos duração e as suas intensidades dependerão das políticas econômicas adotadas. Segundo Morais, “os aumentos fiscais ou monetários com vieses desenvolvimentistas potencializam os desequilíbrios”.

Outro ponto que freia o avanço do país, explicou, é o desemprego estrutural. Após 6 anos com problemas na economia e no mercado de trabalho, muitos trabalhadores deixaram os empregos formais e passaram a fazer parte do “desemprego estrutural”. “Puxar essa taxa para baixo passa a ser um desafio mais educacional do que jurídico – reforma nas leis”, ponderou.