South Summit: inovação alinhada à responsabilidade

Qual o caminho para o comprometimento com a inovação responsável? Responder a essa pergunta a partir da experiência das empresas Randon, Gerdau e Embraer foi o objetivo do último painel da área “The Next Big Thing”, no South Summit Brasil. A mediação foi da especialista em Competitividade, Tecnologia e Inovação Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Vanderleia Radaelli.  

O que as três empresas têm em comum? O DNA inovador. O vice-presidente da Gerdau e do Transforma RS, André Gerdau lembrou que “a Gerdau é uma ‘jovem empresa’ de 121 anos, que traz inovação responsável como propósito”. Ele ressaltou que a “inovação não necessariamente precisa ser disruptiva, pode ser algo que se faz diferente, que se aprende com outra empresa, que transforma”. O presidente das Empresas Randon e do Transforma RS, Daniel Randon, reforçou que a atuação da Randon vai muito além da solução de transporte. “O que tem mudado é a aceleração das transformações. O importante é saber onde quer chegar e consegue ajustar as velas de acordo com a mudança dos tempos”, ilustrou. 

O CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, lembrou que 80% das vendas da empresa têm origem na exportação. “Nossos concorrentes são mundiais. Precisamos nos reinventar de forma constante e rápida”, enumerou.   

ESG

Em relação ao ESG, letras tão debatidas ao longo do South Summit Brasil, as três empresas já atuam e valorizam essa área muito antes do surgimento da sigla. “O “E” está presente desde o início da nossa história”, relembrou Gerdau. A reciclagem de sucata é uma constante na produção da Gerdau. “Nossa emissão de CO2 é metade da média global do setor, mas estamos de forma constante pensando em como reduzir ainda mais”, informou. 

Para a Randon, o ESG reforça a identidade da empresa. “São anos de trabalho com governança. Fomos uma das primeiras empresas brasileiras a obter  ISO 14.000, faz parte do nosso propósito”, ressaltou. Além disso, as Empresas Randon se tornaram signatárias do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). Entre os compromissos assumidos estão reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 40% até 2030, eliminar o descarte de resíduos em aterro industrial e eliminar o lançamento de efluentes até 2025. “O propósito da nossa indústria é conectar pessoas e riquezas, gerando prosperidade. Com missão e propósito claros, mobilizamos fornecedores, colaboradores e a sociedade”, afirmou.

O CEO da Embraer destacou que a empresa tem ações em ESG muito antes da formalização como um conceito. “Mas tínhamos mais a fazer”, contou. A terceira maior fabricante de aviões do mundo tem como meta zerar as emissões de carbono até 2040. A empresa também se comprometeu a ter 25% de sua frota movida a combustíveis sustentáveis até 2040. Um dos itens inovadores em termos de produtos sustentáveis está a aeronave que pode ser abastecida com hidrogênio. 

Em um evento repleto de startups, Randon deixa uma sugestão. “Uma dica que eu coloco é de que, além das grandes empresas, as startups procurem ecossistemas. Um exemplo é o Instituto Hélice, na região de Caxias do Sul”, destacou. Já Gerdau reconheceu a importância do alinhamento entre startups e grandes empresas. “Elas oferecem a agilidade para trazer soluções para questões envolvendo grandes empresas”, afirmou.