O Brasil ainda tem um longo caminho para ser um país que investe em inovação.
Apenas 1,15% do seu Produto Interno Bruto (PIB) vai para pesquisa e desenvolvimento, ou seja, menos da metade dos países que lideram o índice Global de Inovação. Por outro lado, para se manterem competitivas no mercado nacional e internacional, as próprias empresas vêm encontrando novos caminhos.
Os empreendimentos no Rio Grande do Sul são um exemplo do esforço em direção à inovação. Muitas deles têm se destacado com ações inovadoras em produtos e serviços, na governança, sustentabilidade e na relação com o mercado, clientes e fornecedores.
Conheça iniciativas de algumas empresas gaúchas
GRUPO PANVEL – A Panvel tem investido forte em produtos com marca própria, no segmento de higiene e beleza e já responde por 20% das vendas nesses segmentos. De acordo com o CEO do Grupo Panvel, Julio Mottin Neto, para ser competitiva com marcas próprias, a empresa aposta na qualidade, além dos preços mais acessíveis, e assim consegue concorrer com as grandes marcas de cosméticos, por exemplo. Os serviços de saúde (exames e vacinas) também foram ampliados e hoje já representam em torno de 4,5% do faturamento, devendo chegar a 10%. O marketplace está entre as prioridades. “Agora, em julho de 2022, haverá uma expansão na variedade de produtos que o consumidor encontra nas plataformas digitais”, afirmou Mottin Neto.
MARCOPOLO – Depois das parcerias que permitiram à empresa entregar 370 veículos elétricos e híbridos em vários países, 75 deles no Brasil, a Marcopolo lançará, ainda neste ano, o Attivi, primeiro ônibus elétrico com chassi próprio da companhia. O modelo foi projetado para atender às diferentes possibilidades do setor de transportes nos mercados brasileiro e internacional, com foco em soluções cada vez mais sustentáveis. A eletrificação de veículos é um dos pilares do Plano Estratégico 2020/2025 da Marcopolo. “Vamos continuar investindo em tecnologias inovadoras para continuarmos sendo protagonistas da mobilidade no Brasil e no mundo”, disse João Paulo Ledur, diretor de Estratégia e Transformação Digital. Com unidades nos cinco continentes, seus veículos rodam nas estradas de mais de 100 países.
RANDON – Em linha com as tendências mundiais, as Empresas Randon desenvolveram um semirreboque que pode economizar cerca de 20% em combustível, propiciando menos desgaste dos componentes e contribuindo para uma menor geração de resíduos e emissão de gases, conforme o tipo de carga e a condição da estrada. Com conceito inovador e sustentável, o e-Sys é um sistema de tração auxiliar elétrico criado de forma exclusiva pelas Empresas Randon, em uma parceria entre Suspensys e CTR. Estimativas apontam que a redução na emissão de carbono pode chegar a 96 toneladas por ano, por exemplo. “Poderemos disponibilizar ao mercado uma tecnologia inovadora, que contribui para eficiência da operação do transportador e colabora com os desafios do setor de transporte em reduzir as emissões de gases do efeito estufa”, destaca o CEO das Empresas Randon, Sérgio Carvalho. A linha de semirreboques Hydrid R, equipada com a solução e-Sys, vem passando por várias etapas de testes e homologações para o início da comercialização no decorrer de 2022.
LOJAS RENNER – A Lojas Renner, maior varejista de moda omni do Brasil, e a Youcom, sua rede especializada em vestuário para o público jovem, lançam as primeiras peças em jeans do país 100% rastreadas usando blockchain. A tecnologia permite o acompanhamento de todo o ciclo produtivo, do cultivo do algodão à fabricação das roupas, por meio de um QR Code, tecnologia que permite ao consumidor acessar informações sobre a origem certificada do material e todo o processo de produção percorrido pelas roupas até chegarem às lojas. “Este projeto mostra que é possível conciliar moda, inovação e sustentabilidade para dar maior transparência ao processo produtivo de ponta a ponta, ao mesmo tempo em que nos permite engajar e influenciar positivamente os fornecedores e parceiros do nosso ecossistema”, explicou o diretor de Produto da Lojas Renner, Henry Costa. A meta até 2030 é alcançar 100% de rastreabilidade dos produtos de algodão, além de avançar na rastreabilidade das demais matérias-primas têxteis.
GERDAU – A Gerdau está investindo na transformação digital, com processos orientados por Inteligência Artificial e uso de dados, além de uma forma de trabalhar pautada nas metodologias ágeis. Em 2020, os investimentos em inovação e iniciativas digitais representaram cerca de 2% da receita líquida, de R$ 43,8 bilhões. Alguns exemplos: o robô GABI (acrônimo de Gerdau Autonomous Buying Intelligence) é uma plataforma completamente autônoma de compras, sem interação humana, que identifica demandas internas, faz cotação para selecionar potenciais fornecedores e emite os pedidos de compras. Na área de produção de aço, uma modelagem de Inteligência Artificial foi criada para otimizar o consumo de energia nos fornos da aciaria (onde a sucata vira aço). Na diversificação de portfólio,a Gerdau Graphene lançou o primeiro aditivo comercial para tinta imobiliária à base de água com grafeno do mundo. Formulada com a exclusiva tecnologia G2D, a nova tinta apresenta um ganho de lavabilidade e pode ser utilizada em pisos de concreto, cimento, metais e asfalto, áreas de tráfego leve, e pode ser aplicada em quadras esportivas, escadarias, calçadas, ciclofaixas, áreas de lazer, pisos comerciais.
Fontes:
Você S/A
Estadão
Monitor do Mercado
Gerdau
Marcopolo
Randon