Empresários apontam caminhos para retomada econômica do Rio Grande do Sul

Com a presença do governador do Estado, Eduardo Leite, e demais chefes de poderes e lideranças públicas e empresariais, foi realizado nesta terça-feira (19), o Seminário da Competitividade, promovido pela Assembleia Legislativa em parceria com o Lide-RS.

A importância da competitividade para a retomada dos investimentos no Rio Grande do Sul foi o tema do painel que reuniu o Presidente do Transforma RS e CEO das Empresas Randon, Daniel Randon, o diretor-geral da CMPC Brasil, Maurício Harger, e, de forma remota, o presidente da John Deere Brasil, Paulo Herrmann. A mediação foi do secretário estadual de Planejamento, Governança e Gestão, Cláudio Gastal.

O secretário Gastal abriu o debate com uma reflexão acerca das cinco forças motrizes que, a seu ver, estariam sendo moldadas nos próximos dez anos no país: a duração e intensidade da crise econômica e social gerada a partir da pandemia; a aceleração da conectividade da economia e da sociedade, com a redefinição total de alguns setores; a revisão do papel e da forma de atuação do Estado; a emergência de novas formas de relacionamento social; e a valorização da saúde pública.

A partir da fala do secretário, Daniel Randon mencionou a importância do chamado “ESG” (Environmental, social and governance) ou “Governança Ambiental e Social” no ambiente empresarial, lembrando que as companhias hoje possuem responsabilidades ambientais e sociais. Com relação à atração de empresas para o Rio Grande do Sul, citou como um primeiro fator a solidez fiscal.

“Quem vem para o estado não olha para o curto prazo, olha para o longo prazo, e sabemos que esta falta de solidez fiscal que vem há anos, ou décadas, acaba deixando o estado sem serviços básicos”, afirmou, citando como exemplo o problema da segurança pública. Entre os demais fatores a interferir na competitividade, apontou a infraestrutura e a carga tributária.

Maurício Harger, da CMPC Brasil, contou que no início da crise falava-se em um “desafio triplo”, de manter a saúde dos trabalhadores, o emprego e a renda e as prateleiras dos supermercados e farmácias abastecidas, e que, posteriormente, acrescentou-se um quarto desafio, o de auxiliar as comunidades. Nesse sentido, a empresa, segundo ele, investiu mais de R$ 20 milhões em ações solidárias.

Já o presidente da John Deere Brasil, Paulo Herrmann, defendeu que “o problema do Estado eminentemente político e foi criado por uma conjunção de fatores extremamente danosos para o Rio Grande do Sul”. Entre os fatores, Herrmann citou o “exacerbado domínio corporativo”, a irresponsabilidade de governantes das últimas décadas em conceder benefícios absolutamente impossíveis de serem cumpridos e uma omissão social sem precedentes. Em uma segunda rodada de manifestações, os empresários refletiram sobre a necessidade de coalizão conforme apontado e as oportunidades para o RS em termos de atração de investimentos, diante da verificação de um rearranjo econômico global pós-pandemia.

💻 Assista ao evento: